domingo, 18 de abril de 2010

Proposta 2 - Alberto Caeiro

Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
Que traçam linhas de coisa a coisa,
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,
E desenham paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida que isso!


Alberto Caeiro é um simples “guardador de rebanhos”, que só se importa em ver de forma objectiva e natural a realidade com a qual contacta a todo o momento.
Constrói uma poesia de sensações, apreciando-as como boas para serem naturais. Para ele, o pensamento apenas falsifica o que os sentidos captam. É um sensacionista que vive aderindo espontaneamente às coisas e procura gozá-las com preocupada e alegre sensualidade.

Mestre de Pessoa e dos outros heterónimos, Caeiro dá especial importância ao acto de ver.
Passeando e observando o Mundo, personifica o sonho da reconciliação com o universo, com a harmonia pagã e primitiva da natureza. Ele ama a natureza.
São poemas que, num tom moderado, advogam uma síntese de calma e de movimento num presente que se actualiza e objectiva o desacordo entre o que se pensa e a vida acontece.
O ”puro sentir”, nomeadamente através da visão, constitui a verdadeira vida para Caeiro, que saúda o breve e transitório, pois na Natureza tudo muda.
Alberto Caeiro é o poeta da simplicidade completa e da clareza total. Este não se preocupa com o trabalho formal do poema. Dá primazia ao verso livre e à métrica irregular.

1 comentário:

William Wollinger Brenuvida disse...

Oi Liliana, bom dia!
1. Fico feliz por vc ter postado esse tópico!
2. Também sou pré-jornalista...
3. Meu e-mail é: acangatu@gmail.com e meu blog é www.acangatu.blogspot.com