domingo, 18 de abril de 2010

Proposta 2 - Álvaro de Campos

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno.

Orte espasmo retido dos maquinismos em fúria!



Álvaro de Campos surge quando “sente um impulso para escrever”.
Para Campos a sensação é tudo. O sensacionismo torna a sensação a realidade da vida e a base da arte. É quem melhor procura a totalização das sensações, “sentir tudo de todas as maneiras”.
Há a vontade de ultrapassar o próprio limite de todas as sensações, numa vertigem insaciável.
Depois de exaltar a beleza da força e da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida, a poesia de Campos revela um pessimismo agónico, a dissolução do eu, a angústia existencial e uma nostalgia da infância perdida.
A sua procura da chave do ser e da inteligência do mundo torna-se desesperante.
É o mais moderno dos heterónimos de Fernando Pessoa. O seu drama caracteriza-se por um apelo dilacerante entre o amor do mundo e da humanidade, uma frustração total feita Ade incapacidade de unificar em si pensamento e sentimento, mundo exterior e mundo interior.
Numa linguagem em estilo torrencial, nervoso e exuberante, com marcas de oralidade, expressa o mundo do progresso técnico.
É na máquina irracional e exterior, que se projectam os sonhos e desejos do poeta.
Campos busca exprimir a energia ou a força que se manifesta na vida.

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